segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

A (necessidade de) Expressão

  Expressão (do latim expressione), de acordo com o dicionário Aurélio: 1. Ato de exprimir(-se). 2. Enunciação do pensamento por gestos ou palavras escritas ou faladas; verbo. 3. Dito, frase. 4. Representação; manifestação.
  Atualmente, expressar-se é algo relativamente fácil para todos os habitantes do globo (talvez mais fácil para os Ocidentais). Há, inclusive, uma História (tempo) e uma Geografia (espaço) específicos da razão, necessidade e liberdade de expressão humanas. Por exemplo, se expressar na Inglaterra de 1450 tinha razões, necessidades e liberdade diferentes para um britânico que viveu em tal tempo-espaço. O mesmo acontece atualmente, em nosso tempo histórico, mas em espaços geográficos diferentes - tente imaginar como seria se expressar na Coreia do Norte, por exemplo.
Há inúmeras possibilidades de uma pessoa se expressar e, inclusive, acredito eu, são cada vez maiores devido ao avanço social e tecnológico humanos experimentados, não se limitando somente às possibilidades do enunciado do dicionário Aurélio. Um estadunidense típico de classe média pode procurar se expressar postando uma foto do prato que vai degustar no Instagram, um ser faminto em qualquer parte paupérrima do continente africano pode expressar sua fome com uma expressão de desalento à sua mãe, um brasileiro pode expressar sua revolta perante a política votando em um palhaço para deputado. A natureza da expressão é intrínseca à vontade daquele que expressa e livre a sua consciência e inconsciência. Assim é também a necessidade: expressar-se é humanamente necessário num contexto geral, mas a necessidade específica de cada expressão varia subjetivamente.
  Eu escolhi me expressar por aqui. Mas espere: eu já não tenho perfil no Facebook, por exemplo? Então, tecnicamente, eu me expresso. Evidentemente. Porém, convém tratarmos da natureza e da necessidade de tal meio de expressão.

  O Facebook, talvez, não seja o local mais apropriado para expresar certas ideias de cunho técnico/filosófico. O Facebook é mais apropriado para eu dizer a meus amigos onde eu estou, com quem eu estou, o que estou lendo/ouvindo, o que achei do último GreNal ou da última eliminação do Big Brother Brasil. É no Facebook que vou postar sobre o último capítulo da novela, é no Facebook que vou opinar sobre alguma pessoa famosa. O Facebook (e outras redes sociais, como Twitter, Google+, Ask.fm etc.) é onde vou expressar minhas futilidades, minhas opiniões, meu "lixo mental". Essa é a natureza do conteúdo que posto em meu perfil do Facebook, afinal de contas, é para isso que ele foi criado (livro de rostos, faculdade, EUA, essas coisas, lembra? Do filme sobre a página...).
Como sinto necessidade de expressar também tudo aquilo que se originou de meu esforço intelectual, não usarei meu perfil do Facebook diretamente para tal, afinal de contas, isso seria contrário à natureza do meio de expressão. Decidi, então, procurar um meio comunicativo para tal, e aqui está ele: um BLOG.
  Vivemos, atualmente, numa democracia. Minha liberdade de expressão é garantida por direito, portanto, não preciso me preocupar com isso. Se alguém vai ler? Bom, na definição de expressão não há uma nota dizendo que precisa-se haver comunicação para haver expressão. Meu objetivo primeiro não é comunicar, mas tão somente me expressar. Afinal de contas, na imensidão do cyberespaço, quem garante que ninguém vá notar minha expressividade?
  Filosofia, ciência, arte, coisas sérias e assuntos facebookeanos. Há espaço para tudo aqui.

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